GECAPA/CLEPUL
AMÍLCAR MARTINS
ArteNauta (arte-viajante, arte-contador; arte-animador, arte-educador, arte-curador, arte-investigador).
Ph.D. e M.Ed. em Ciências de Educação, Didática das Artes, pela Universidade de Montreal, Québec, Canadá. Licenciado em Teatro com o curso de Atores e Encenadores pela Escola Superior de Teatro do Conservatório Nacional de Lisboa.
É professor auxiliar no Departamento de Educação e Ensino a Distância; coordenador do Mestrado em Arte e Educação (MAE) da Universidade Aberta; investigador no CIAC – Centro de Investigação em Artes e Comunicação (Grupo de Arte Computacional e Medias Criativos – Polo da UAb).Interessa-se pela arte e educação; expressão dramática e teatro; dança e música; iconografia artística digital; voz e dicção; narrativas e contação de histórias; literatura de/para crianças; animação e intervenção artística; relações interculturais; perfis de ArteNautas de ação criativa e transformadora.
Lecionou, participou e/ou organizou cursos, conferências, seminários, oficinas, tertúlias, master classes, animações, exposições, espetáculos,performances, estágios, residências artísticas, investigações in loco em Portugal, Espanha, França, Angola, Brasil, Canadá, Estados Unidos da América, Filipinas, Japão, Macau-China e outras localidades da República Popular da China.
Das suas publicações destacam-se os livros:
– Didática das Expressões, coord., ed. UAb, 2002 e 2009
– Atividades Dramáticas nos Jardins de Infância Luso-Chineses de Macau, Fundação Macau e DSEJ, 1998.
E ainda as séries de filmes (ed. UAb):
– Arte e Educação: A Magia da Dança, 2011 (em co-autoria com Ana Macara) http://zappiens.pt/Z2786
– Arte e Educação: A Magia da Música, 2009 http://zappiens.pt/video.php?id=2788
– Arte e Educação: A Magia da Expressão Plástica, 2009 http://vimeo.com/93977482
– Arte e Educação: A Magia da Palavra, 2008 http://zappiens.pt/Z2787
– Voz e Dicção, 2009 https://www.youtube.com/watch?v=TK3aEizLvfY&list=PL5E56D4924FCC6EEB
Convoca-se um corpus dramatúrgico poético-literário, antropológico e filosófico, que é património de saberes multiculturais e do pensamento inter e transdisciplinar da diversidade humana.
Num momento de forte tendência para a fragmentação e para o esvaziamento do papel da Palavra do Cidadãonos processos educacionais, propomos o desafio do resgate do sentido de uma cosmovisão de dimensão holística, integrada e criadora, em busca de uma cartografia formativa de perfis humanos com o adn deArteNautas:
(i) O ArteNauta é um Arte-Viajante – Porque a Viagem alimenta o que de mais interpelante, desafiador e profundo inventámos para descobrir e aprender.
(ii) O ArteNauta é um Arte-Contador – A Viagem dá que contar. A Viagem gera matéria-prima que se traduz em potenciais narrativas para contar. Somos HistóriaNautas, criadores de narrativas que nos transformam em Contadores de Histórias.
(iii) O ArteNauta é um Arte-Animador – A ação de Animar é que nos permite impregnar as ideias e os percursos onde atuamos, da nossa alma sensível, empática e solidária com os outros e com os lugares.
(iv) O ArteNauta é um Arte-Educador – A ação de Educar concretiza uma das mais nobres missões do ser humano. Educar com e para a Arte é um dos modelos educacionais de maiores virtualidades e graus de fecundidade. Revelando-nos como Arte-Educadores lato sensu construímos possibilidades de desenvolvimento de outros seres humanos.
(v) O ArteNauta é um Arte-Curador – A ação de Curar/Cuidar anuncia o que importa trazer para o espaço de luz e de partilha, para o espaço de carinho e de visibilidade da vida equilibrada e harmonizada do ser humano.Curar/Cuidar pressupõe um valor de resgate a preservar, a divulgar e a fruir.
(vi) O ArteNauta é um Arte-Pesquisador – A ação de Pesquisar, sempre! Pelo óbvio enriquecimento de uma trajetória humana e comunitária que se revela na pesquisa em si, mas sobretudo no que ela proporciona aos seus utilizadores. O Arte-Pesquisador expõe-se na sua dupla subjetividade-objetividade, revela-se e apropria-se criativamente, criticamente, das narrativas e propostas que resultam do universo das suas abordagens de ação-investigação, traduzidas na busca e criação de conhecimento.
ANA NUNES
2007 – 2010 Licenciatura em Sociologia – ISCTE-IUL, Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa – Instituto Universitário de Lisboa
2009 – 2010 Bolseira de Integração à Investigação Cies – Centro de Investigação de Estudos em Sociologia
2011 Bolseira de Investigação no CesNova – Centro de Estudos em Sociologia da Universidade Nova
2011 – 2014 Professora Assistente Auxiliar de Arte e Sociedade I e II na ESTAL – Escola Superior de Tecnologias e Artes de Lisboa
2012 – 2013 Pós graduação em Competências Pedagógicas e Didáticas em e-learing e multimédia – Universidade da Extremadura de Espanha e Instituto Graal de Portugal
2014 Mestrado em Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação – ISCTE-IUL
Investigadora no Gabinete de Estudos de Cultura, Artes Performativas e Audiovisuais – CLEPUL
O Teatro do Oprimido (TO) é uma forma pouco difundida de fazer teatro em Portugal. Pode constituir-se como uma ferramenta potenciadora do debate público acerca de questões políticas e fomentar a participação dos indivíduos enquanto cidadãos conscientes na sociedade.
O TO, nomeadamente o Teatro Fórum, pode facilitar a intervenção social de vários modos através da transposição do quotidiano para o palco, onde ocorre um distanciamento do indivíduo com a sua realidade enquanto este aprende a avalia-la de outro ponto de vista, reposicionando-se face à mesma. Neste processo o indivíduo aprende a realizar o mesmo movimento de si para a sociedade, sendo que é pela tomada de consciência da sua situação individual e social, que a sua condição poderá ser alterada.
Através de uma investigação qualitativa – estudo de caso do grupo ValArt (Grupo de Teatro do Oprimido do Vale da Amoreira) – acompanhou-se a criação e desenvolvimento da peça de Teatro Fórum “X-Perar” sobre igualdade de género, decisões e escolhas sobre a descoberta do sexo na adolescência. Através de observações, entrevistas e diário de campo, pretendeu-se, avaliar o modo alguns contributos teóricos da sociologia e do teatro se cruzam com a prática metodológica de Augusto Boal utilizada pelo grupo em estudo, e perceber a forma como, através da arte, se pode fomentar a consciencialização dos indivíduos para melhor intervirem na sociedade enquanto cidadãos.
ANTÓNIO POLAINAS
Licenciado em Arquitetura pela ESBAL (1983), Mestre em Teoria de Arquitetura pela Universidade Lusíada (1999), Diplomado em Estudos Avançados (DEA) pela Universidade Sevilha (2009) e Doutor em Arquitetura pela Universidade Beira Interior (2012).
Membro da Academia Nacional de Belas Artes de Lisboa, sócio fundador da Associação Portuguesa de Cenografia (SCENA) e atual investigador do CITAD (Centro de Investigação em Território, Arquitetura e Design) da Universidade Lusíada.
Docente universitário desde 1999 em cursos de Licenciatura e Mestrado na Universidade Lusófona, Escola Superior de Comunicação Social e Escola Superior de Teatro e Cinema.
Desde 1977 que trabalha na RTP como quadro superior. Conceptualizou e produziu trabalhos de cenografia nas áreas de Informação e produção em Portugal, Espanha, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné, São Tomé e Príncipe e Timor.
Como arquiteto, tem projetos construídos nas áreas de turismo, serviços, habitação, industria, lazer e entretenimento em Portugal, Moçambique e São Tomé e Príncipe.
A influência do Audiovisual na Arquitetura contemporânea (na perspetiva de comunicação)
Vivemos numa época em que a comunicação é soberana e em que as fronteiras das diferentes linguagens usadas em comunicação se esbatem e se inter-relacionam.
O objetivo deste trabalho é a procura de pontos comuns entre a arquitetura (como forma de comunicação) e a linguagem audiovisual (no âmbito da televisão):
- Pretende-se encontrar as ligações entre os universos da arquitetura contemporânea e o do audiovisual através da análise das suas áreas de convergência, de intersecção.
- Comparar a evolução da arquitetura face aos movimentos culturais, sociais e económico, com a gradual e determinante influência do universo audiovisual.
- Desenvolver uma sequência histórica das últimas décadas no campos da arquitetura como comunicação, para se encontrar os pontos de ligação com o audiovisual.
- Contextualizar a importância da televisão na sociedade de consumo/imagem como o seu meio ideal de divulgação à escala mundial.
- Justificar a ligação da sociedade contemporânea com as novas tecnologias, pela relação do homem com a imagem.
Analisando os resultados obtidos, identificar os conceitos-base de comunicação que são denominadores comuns, não só, destas áreas de conhecimento como também das restantes áreas de comunicação.
AUGUSTO RODRIGUES
BEATRIZ PORTUGAL
Docente de Teoria e Prática da Performance na Escola Superior de Tecnologias e Artes de Lisboa e Finalista da Licenciatura em Jazz da Escola Superior de Música. É licenciada, exerceu e leccionou arquitectura paisagista (ISA), formação a partir da qual estuda a questão do espaço na performance. É mestre em Estudos de Teatro (FLUL), tendo como tema de investigação “O Espaço na Performance Site-specific”. Foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian (2004) no departamento de Performance Studies – NYU. Trabalha como cantora, actriz, encenadora, performer e professora.
Regime Escópico do espaço teatral contemporâneo –o espaço da performance site-specific.
Parte-se de um artigo de Martin Jay, intitulado “The Scopic Regimes of Modernity”, de 1988, que se tornou uma referência nos estudos de performance, para lançar o debate sobre o espaço teatral. Muitos são os pensadores que afirmam existir uma alternância histórica entre períodos clássicos e barrocos. Esta reflecte-se na forma como o homem organiza visualmente a arte, alternando entre os paradigmas
interpretativos do perspectivismo cartesiano e do barroco. No seu artigo, Jay analisa a alternância histórica entre o regime escópico do perspectivismo cartesiano e o do barroco tendo por objecto a pintura. Pareceu-nos existir análoga alternância na história do espaço teatral. O espaço teatral sempre expressou e moldou a sociedade e a sua arte. Desde os anfiteatrosgregos, à arena romana, às mansionsmedievais, ao teatro isabelino e à italiana, aos espaços multifunções modernistas, à black-boxdo pós-guerra, entre outros, o espaço teatral acompanhou os tempos e o período contemporâneo não é excepção. Acompanhando o regime escópico característico de cada época histórica, o espaço teatral encarna modelos reproduzindo-se numa arquitectura teatral dominante para cada período.Assim, analisamos o espaço teatral sob este ponto de vista, culminando numa proposta de lugar estético do espaço teatral contemporâneo e, particularmente, do espaço da performance site-specific.
BERNARD CARMONA
Dirigeant Société IDEM
Docteur en Sciences de l’Education de l’Université de Tours (thèse dirigée par Gaston Pineau, Professeur Emérite Université François Rabelais de Tours). Félicitations à l’unanimité du Jury
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Publication de 2 ouvrages Le Génie du Réveil de l’Apprenant (2009)
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Ingenium Transdisciplinaire (2013)
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http://www.editions-harmattan.fr/index.asp?navig=auteurs&obj=artiste&no=17263
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Vidéo de mon intervention à la Conférence Internationale de Bangalore inaugurée par le Dalai-Lama, Janvier 2014 : Bounds of Ethics in a Globalized World
http://www.youtube.com/watch?v=CO5a5GQdNXE
PROPOSITION DE COMMUNICATION : LA PRATIQUE DU DEBAT DU BOUDDHISME TIBETAIN : UN ART PERFORMATIF
La Pratique du débat dans la tradition Gelugpa du Bouddhisme tibétain (école de formation du Dalaï-Lama) est présentée comme espace transdisciplinaire de transformation performative :
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Présentation sommaire de la pratique du débat : les acteurs, le public, les méthodes, le sens anthropologique, la dimension philosophique, la performance éphémère visée, partagée et reproduite à travers des rôles interchangeables.
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En quoi la pratique du débat est-elle un art performatif ?
Le corps, le temps et l’espace comme matériaux de la performance.
Les débateurs : Performeurs funambules suspendus entre tradition et incorporation individuée du savoir.
La pratique du débat comme scène de théâtre éphémère dévolue au Réenactment, au sens que donne à ce terme, Vanessa Agnew de l’Université de Duisbourg.
La pratique du débat comme mise en scène de cognitions incarnées où sujets et objets se réfléchissent.
La pratique du débat comme espace permanent et éphémère de création de langages métaphoriques, soit d’actions intelligentes : vertus que prêtent Giambattista Vico et Herbert Simon à la métaphore.
En conclusion, la question est posée aux participants de la réappropriation de cette pratique performative ancestrale et de sa contribution à la réflexion et à la modélisation de pratiques efficientes inter et transdisciplinaires.
CARLOS FRAGATEIRO
Professor na Universidade de Aveiro, licenciado em encenação pela Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa, mestre em Arte e Educação pela Universidade de Montréal, doutorado em Ciências e Tecnologias da Comunicação pela Universidade de Aveiro.
Organizador dos IV Encontros Internacionais de Expressão Dramática e Teatro na Educação (1981/89).
Presidiu à Comissão Organizadora do 1º Congresso Internacional de Teatro e Educação onde foi fundada a IDEA, Associação Internacional de Teatro e Educação (Teatro Rivoli, Porto 1992), de que foi Vice-Presidente e Coordenador de Projetos Especiais.
Organizador do 3º Congresso Mundial de Sociologia do Teatro (ACARTE, Lisboa, 1992).
Integrou a direção do INATEL, vice-presidente, (1996/1999), diretor artístico do Teatro da Trindade (1997/2006) e do Teatro Nacional D. Maria II (2006/2008).
Colaborou em várias publicações, estando a sua obra editada na Bélgica, França, Itália, Espanha, Brasil e Portugal.
Teatro Espaço Privilegiado da Inter e Transdisciplinaridade
Peter Brook fala que o teatro é a vida só que mais intensa, Simon Macburry afirma que os homens de teatro são ladrões que vão roubar ideias e materiais a todo o lado para construirem os seus espetáculos, Rober Lepage criou La Caserne, o seu espaço/laboratório de criação, com uma arquitetura que permitisse e incentivasse o cruzamento entre as várias áreas artísticas e tecnológicas, tendo mesmo um espaço para o encontro e troca de ideias e saberes entre especialistas das diferentes áreas do conhecimento, o Festival Internacional de Teatro de Avignon entre 2004 e 2013 assumiu-se como um espaço de reflexão e cruzamento de ideias e propostas sobre a Europa.
Partindo das referências e da obra dos 3 autores e da perspetiva e prática do Festival de Avignon neste período, e cruzando com a programação que pus em prática no Teatro da Trindade e no Teatro Nacional D. Maria II de 1997 a 2008, pretendo mostrar como o teatro, o espaço do humano por excelência, é uma das práticas sociais privilegiadas da inter e transdisciplinaridade, uma prática que atravessa, faz cruzamentos e constrói pontes entre os mundos.
EUGÉNIA VASQUEZ
GRAÇA P. CORRÊA
Currently investigating the concepts of Space and Body across Science-Art-Philosophy, and pursuing her research of the "Aesthetic and Theoretical Landscapes of the Gothic," aimed at an approach to its legacy across various artistic disciplines (theatre, painting, architecture, film and literature), she holds a Ph.D. in Theatre and Film Studies from the Graduate Center of the City University of New York; an MA in Directing from Emerson College, Boston; and a Licentiate in Architecture from UTL-Lisbon. A Fulbright Scholar, she received fellowships from the Gulbenkian Foundation, and FCT (Portugal); and awards from Louisa Woods Fund and Vera Mowry Roberts Fund (USA).
“I Have Been Here Before”: Transdisciplinary Landscapes of the Gothic
In 1834, Romantic artist Victor Hugo proposed that Romanticism is double and composed of two inseparable twin currents: one that “sees everything from heaven, the other from the depths of hell”. This paper explores the theory and aesthetics of the dual Gothic-Romantic mode across disciplinary boundaries, and as exemplified by works in fine arts, drama, theatre, architecture, literature and film.
Reacting to the functionalist, universalistic and objective scientific worldview of the Enlightenment, the Gothic-Romantic movement that developed in European countries from 1750 to 1820 signaled a radical change of aesthetic, theoretical, ethical and environmental principles, chiefly due to its fascination for a pre-modern past, its invocation of supernatural realms, its allure for the wild but sublime agency of non-human Nature, its valorization of emotions and feelings, and its empowerment of individual subjectivity.
More recently, and especially since the last decade of the twentieth century, the Gothic mode has resurfaced in fictional works across the media of print, film, television, cyber-art and bio-art, turning it into an inspiring topic for the guiding principle of transdisciplinary research. Accordingly, this paper examines the landscapes of the Gothic across various artistic media in its relation to, and ambiguous critique of, the current techno-scientific zeitgeist.
JOÃO GOMES DE ABREU
Doutorado em Ciências da Comunicação (ISCTE-IUL), Mestre em Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação (ISCTE), e Licenciado em Design de Comunicação (FBAUL), é Professor Adjunto na Escola Superior de Comunicação Social (ESCS-IPL), onde desempenha as funções de Diretor da Licenciatura em Audiovisual e Multimédia. Leciona as disciplinas de Comunicação Gráfica, Design Gráfico, Design de Identidade, e Comunicação, Arte e Design, nos cursos de mestrado em Audiovisual e Multimédia, e em Relações Públicas, e nos cursos de licenciatura em Audiovisual e Multimédia, Publicidade e Marketing, e Comunicação Empresarial. Fundador do Atelier e Editora Planeta Tangerina.
Os processos de criação artística enquanto fatores potenciadores e inibidores da inter e transdisciplinaridade.
A criação artística há muito que evoluí a par com desenvolvimento tecnológico. As novas tecnologias e as novas ferramentas que lhes estão associadas têm possibilitado não só novos meios de expressão, como também contribuído para uma alteração do próprio processo criativo.
Desde a câmara obscura utilizada por Canaletto às imagens algorítmicas de George Legrady, muitos são os exemplos da influência das novas tecnologias na expressão e evolução da criação artística. Porém, a esta evolução estão também associadas transformações nos processos de trabalho, e no modo de colaboração entre as várias áreas de saber e suas diferentes especialidades. Os processos condicionam os resultados e no caso concreto do campo artístico representam importantes fatores potenciadores ou condicionadores da interdisciplinaridade e da transdisciplinaridade. Se, por um lado, as tecnologias digitais potenciam uma maior colaboração entre profissionais, por outro poderão ser responsáveis por uma maior fragmentação e hiperespecialização das diferentes fases do processo criativo. As plataformas de convergência, através da standartização de linguagens e ferramentas, induzem a criação artística para uma uniformização dos processos e para uma consequente uniformização dos resultados. A presente comunicação propõe uma reflexão, através da análise de diferentes estudos de caso, sobre a influência dos processos criativos e diferentes metodologias de projeto das artes audiovisuais na inter e transdisciplinaridade.
JUAN CARLOS CÓRDOBA
O inter e o transdisciplinar no tratamento da violência.
Esta apresentação revisa propostas elaboradas para enfrentar a violência à luz dos conceitos de inter e da transdisciplinaridade na procura de estabelecer que tipo de saberes e campos tem sido priorizados, as conexões entre eles, o sucesso o fracasso destas propostas. O ponto de partida é a analises dos princípios de interdisciplinariedade e transdisciplinariedade como categorias de estudo e práticas das ciências atuais, utilizadas para oferecer soluções a problemas como a violência, a qual no mundo atual se for tratada somente sob uma ótica disciplinar têm menores possibilidades de ser resolvida.
A interdisciplinariedade assumida como pontos de contato entre as disciplinas, na qual cada uma aporta seus problemas, conceitos e métodos de investigação. A transdisciplinariedade, pela sua parte, é o que forma simultânea é inerente às disciplinas e onde no final é utilizado o mesmo método de investigação . “La transdisciplinariedade está entre as disciplinas, nas disciplinas e além das disciplinas”.
A complexidade do mundo exige revistar os métodos com os quais têm sido abordados os problemas entre eles a violência. A interdisciplinariedade reafirma a sua epistemologia da reagrupação dos saberes. Na ciência moderna, a preocupação dos seus principais exponentes—Galileo, Descartes, Bacon— pela sociedade científica interdisciplinaria foi invariável. A diferencia foi somente que adicionaram a esta agrupação interdisciplinar a necessidade de uma comunicação entre as disciplinas, elemento que retoma a interdisciplinariedade da metade do século XX. Foram exponentes destas ideias: Gottfried Wilhelm von Leibnitz y Jean Amos Komenski (Comenio). Este último propôs a pansophia, como pedagogia da unidade, capaz de eliminar a fragmentação do saber das disciplinas.
A transdisciplinariedade, pela sua parte, é uma ideia mais recente. A própria complexidade do mundo faz como que sejam analisados os fenómenos de forma interconectada. As atuais situações físicas, biológicas, sociais e psicológicas não agem e sim interatuam reciprocamente. A descrição do mundo e dos fenómenos atuais exigem uma nova forma de valoração desde uma perspectiva maior, com uma nova forma de pensar a qual exige desenvolver um novo paradigma capaz de interpretar a realidade atual.
A transdisciplinariaedade como movimento acadêmico e intelectual desenvolvou-se significativamente durante os últimos 15 anos, ainda ser um fenómeno que surgiu a partir das novas perguntas filosóficas da ciência do século XX diante ao positivismo. O transdisciplinario tem a intenção superar a fragmentação do conhecimento, além de enriquecer as disciplinas com diferentes saberes (multidisciplina) e do intercambio epistemológico e de métodos científicos dos saberes (interdisciplina). O que caracteriza a transdisciplinariedade não é somente a realidade interatuam-te e sim a totalizadora.
A transdisciplinariedade responde a um fato essencial e é que a interdisciplinaridade não consegue responder á realidade integradora, a qual somente pode ser observada e descoberta sob novas formas de percepções e valorações. Edgar Morin: "por todas partes, sugere-se considerar, não os objetos fechados e isolados, mas como sistemas organizados numa relação coorganizadora com o seu entorno (...); por todas partes sabe-se que o homem é um ser físico e biológico, individual e social, mas em nenhum lugar consegue-se estabelecer uma ligação entre os pontos de vista físico, biológico, antropológico, psicológico, sociológico. Fala-se de interdisciplinariedade, mas em todo lugar o principio de disjunção continua a cortar ás cegas".
JÚLIO MARTÍN DA FONSECA
JEAN PAUL BUCCHIERI
MARIA JOÃO ROCHA
Mestre em Teatro-Encenação e Especialista em Comunicação Audiovisual e Multimédia pelo Instituto Politécnico de Lisboa. Licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi realizadora de televisão na RTP e professora de realização vídeo nos Ensinos Superiores Politécnico e Universitário. É Professora de Interpretação na Licenciatura em Artes Performativas na ESTAL - Escola Superior de Tecnologias e Artes de Lisboa. Realizou, para a RTP, teatro televisivo, tendo recebido uma Menção Especial do Júri do Festival de Teatro Televisivo do Prix Itália (1994), pela Realização de “Fé, Esperança e Caridade”, de Odon von Horváth. É encenadora de Teatro
Artes Performativas – o fim do hic et nunc?
“Um dia, talvez, o que não estiver disponível no ecrã já não tenha interesse nem existência para todo um conjunto de indivíduos: quase tudo se procurará no ecrã e remeterá para ele. Ser no ecrã ou não ser.” Gilles Lipovetsky.
As Artes Performativas são, pela sua natureza, uma forma de criação artística efémera que implica a Acção de um criador – actor ou performer, perante um público. Com a invasão do mundo pelos ecrãs, como encarar esse facto? Encontrando uma linguagem própria que permita registar/diferir/emitir o hic et nunc próprios da criação performativa? Recusando a opção “registar/diferir” – que nos levaria a abdicar do nunc e do efémero, e aceder somente à possibilidade de emitir, levando o hic a um universo que não apenas o do espaço onde acontece a Acção? Ou deveremos simplesmente assumir que existe um reduto artístico incompatível com a intermediação tecnológica e recusar a hipótese de um fim do hic et nunc?
Estas questões, na generalidade já levantadas quando do aparecimento do cinema e, depois, da televisão, ganham premissas diversas quando a tecnologia permite não só o registo e a emissão, mas também a interactividade e a possibilidade de “tecnolizar” o próprio actor/performer, na sua Acção ao vivo.
A reflexão que proponho pretende enquadrar as possibilidades de utilização da tecnologia como um dos elementos próprios da linguagem das artes performativas e referenciar o sistema de produção multicâmara como método preferencial para, mantendo inalterável o nunc, abrir fronteiras ao hic.
A INTER E A TRANSDISCIPLINARIDADE
NAS ARTES PERFORMATIVAS E AUDIOVISUAIS
Inter and Transdisciplinarity
in Performing and Audiovisual Arts
Inter et Transdisciplinarité
dans les Arts du Spectacle et de l’Audiovisuel
La Inter y la Transdisciplinariedad
en las Artes Performativas y Audiovisuales
11-12 dezembro 2014
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Anfiteatro III
11 - 12 December 2014
Faculty of Letters, University of Lisbon
les 11 et 12 décembre 2014
à la Faculté des Lettres, Université de Lisbonne
11-12 de Diciembre de 2014
Facultad de Letras de la Universidad de Lisboa
I COLÓQUIO INTERNACIONAL
1st. INTERNATIONAL CONFERENCE
1er COLLOQUE INTERNATIONAL
Este evento científico é financiado por Fundos Nacionais através da FCT - Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito do projecto
"PEst-OE/ELT/UI0077/2014"




GECAPA
Gabinete de Estudos de Cultura, Artes Performativas e Audiovisuais




Comissão Nacional da UNESCO
Portugal
CIRET - International Center For
Transdisciplinary Research

